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Jambreiro (Lagoa da MBR)

Demorei algum tempo, cerca de três meses para publicar este post. Durante esse tempo venho me perguntado o porque dessa demora, já havia selecionado as fotos e só precisava pensar em um texto. Mesmo assim não consegui, e fiquei tentando imaginar porque.

Com certeza tinha algo a ver com o sentimento de objetivo alcançado, a meta foi cumprida…e aí? O que resta depois? Foi legal planejar e conseguir chegar onde eu queria, mas com tudo acabado, alguma coisa se perdeu.

O objetivo havia sido alcançado, mas o que é um objetivo senão um ponto dentro de uma linha? A linha, o caminho é interessante, é ela que nos leva aos lugares, alguns interessantes, outros nem tanto.

As cores, os sons, formas e cheiros do la fora, interagindo de uma maneira inalcançável pela minha imaginação. Me senti como um antigo explorador deve ter se sentido enquanto desbravava as florestas da Guatemala, em busca das civilizações perdidas de que tanto ouvira falar. Sem saber o que encontrar pela frente, confiando apenas em seus instintos, em uma mistura de desafio e respeito por aquela imensa floresta que lhe diz o tempo todo para voltar, que aquela é uma área restrita, que você não está seguro. Só consigo imaginar o que passou na cabeça desse explorador ao contemplar as belezas daquela floresta tropical, e principalmente ao encontrar vestígios abandonados de uma antiga civilização.

Essa viagem, jornada, exploração ( é o termo que mais gosto ), fez eu me sentir como um daqueles personagens aventureiros das ficções científicas do final o Séc XIX e início do Séc. XX, como um Alan Quattermain, em uma das aventuras escritas por Henry Rider Haggard, ou, em alguns momentos como um personagem de  “Viagem ao Centro da Terra” de   Julio Verne, me questionando seriamente se a corrente de pensamento mais livre desses caras não deveria ser levada mais em consideração na nossa maneira de pensar e encarar o mundo. Penso que vivemos em uma sociedade sem imaginação, presa a dogmas que há muito são questionáveis, e, acredito que autores como Haggard e Verne, ou Asimov, ou HG Wells, entre tantos outros, podem nos ensinar muito se assim quisermos.

Bem, Nietzsche já dizia que a civilização ocidental fez uma escolha errada ao basear a construção do seu pensamento através das gerações, nas idéias de Platão. Não vou entrar no mérito se foi uma escolha errada ou não, acho que o importante aqui é entendermos que há escolhas, houveram outras formas de pensar. Sabemos que menos de 1% dos textos da Grécia clássica chegaram intactos ao Renascimento, nós não fazemos idéia do que foi perdido. Se pensarmos então no conhecimento que foi morto junto com civilizações inteiras através do tempo, percebemos que nossas convicções estão apoiadas em ombros muito frágeis, apesar do que a maioria das pessoas gostaria de acreditar.

A questão, é que, com isso tudo na cabeça, não fazia o menor sentido publicar essas fotos. Para que? Algum tipo de satisfação pessoal? A minha satisfação pessoal estava nesse turbilhão acontecendo dentro da minha cabeça, isso já era recompensa o suficiente. Então, para que publicar fotos? Ok, por que essas fotos em particular? Pra quem? Alguém se importa? Ou se interessa? Eu me importo? Não o que eu queria, mas o que eu gostaria de dizer com isso? Com essas fotos?

Não sei. Gosto delas, de todas, estética e afetivamente, espero que elas despertem em quem for vê-las algo parecido com o que eu senti durante o processo que as trouxe até aqui. Espero que elas consigam despertar em você que está lendo essa ladainha, uma vontade de ir lá fora, ver o mundo, e tirar suas próprias conclusões, e construir seu próprio mundo, com suas próprias regras e personagens. A vida é um filme, e você é o diretor.

A quem interessar possa.

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Tenochtitlán


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Gralha Picaça


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Beryllinthranox

Beryllinthranox é uma dragão verde que fez sua residência em Qualinost, obcecada em colecionar itens mágicos para aumentar o seu poder.

 


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Até o osso


Lixo para uns, tesouro para outros…


Jinn


No topo do mundo


Dia Sagrado


Fênix


Jambreiro ( via Taquaril )

Localização: Latitude -19°951002 / Longitude -43°875017

Devido a dificuldade de chegar até a mata do Jambreiro pela MG-030, decidi dar a volta na Serra do Curral e tentar o acesso pelo bairro Taquaril.

Fiquei feliz por ter tomado essa decisão. O acesso é fácil, rápido e em um cenário muito bonito, onde é possível ver boa parte da cidade de Belo Horizonte.

Fiquei surpreso ao descobrir que essa era a antiga estrada para Nova Lima que acabou abandonada, hoje ela não passa de mais uma rua em mais um bairro de Belo Horizonte. A região está urbanizada, o Minas Country é o principal ponto de referência em uma paisagem que alterna casas de pessoas ricas e casas de pessoas pobres. Em determinado ponto, alguns taxistas aproveitavam o calor do dia para lavar seus carros com água de uma bica, em outro, obras de asfaltamento andavam a todo vapor.

E de repente a cidade acaba. O asfalto acaba, as casas somem, nenhum sinal de pessoas pra nenhum lado e para frente não têm mais nada, a não ser o barulho das motos nas trilhas.

O pessoal do motocross parecem ser os únicos frequentadores da região, voando como loucos, abrindo caminhos nas montanhas. Cruzei com um vaqueiro, levando alguns bois para pastorear perto dos túneis abandonados, imagino eu.

Descobri um bom lugar para parar o carro, fora da rota de colisão das motos. Pretendo retornar para explorar melhor a região, com o objetivo de chegar ao lago artificial da MBR atrás da serra.


Kairos

“Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão.”
Albert Einstein


Jambreiro

Localização: Latitude –19°989582 / Longitude -43° 912010
Uma das principais reservas ambientais da região metropolitana de Belo Horizonte, localiza-se na parte sul da Serra do Curral no município de Nova Lima.
Bonito passeio. Localizada em um vale, conta com uma pequena mata, pequenas propriedades de lazer e alguns morros altos com vegetação de cerrado, o que permite uma bela vista da região, incluindo o bairro Belvedere, a cidade de Nova Lima e os vários condomínios fechados entre as duas cidades.
A principal dificuldade para o passeio é o acesso à região pela MG-030. Os senhores de toda criação, os donos de casas em condomínios fechados, decidiram por bem, fechar a grande maioria dos acessos, permitindo a entrada apenas para aqueles que fazem parte de seu seleto grupo. A nós, reles mortais, basta apenas nos conformar, mas isso não há de ser nada, afinal, toda cerca tem um buraco.


La pelota


Grupo Porco de Grindcore Interpretativo

Grupo Porco de Grindcore Interpretativo


Surpresa no Jack’s Big Burger

Um Spiced Bullhog !!


Av. Antônio Carlos


De cara limpa


Marcha fora Lacerda

Saí segunda a tarde na expectativa de fotografar a marcha Fora Lacerda em frente à prefeitura. À medida que descia a Afonso Pena comecei a ficar apreensivo, pois não notava qualquer sinal de confusão na rotina do centro da cidade, pensei que alguma coisa havia dado errada e a marcha fora cancelada.

Em frente à prefeitura percebi que na verdade eu havia chegado cedo, a marcha ainda não havia chegado. As cordas esticadas em frente à escada, os membros da guarda municipal com caras de poucos amigos, estava claro que eles estavam esperando os problemas chegarem.

Resolvi caminhar até a Praça Sete, ponto de encontro da marcha para tentar descobrir o que estava acontecendo. Lá descobri que a marcha saiu pela av. Amazonas, ninguém soube me informar muito bem para onde.

Como não sabia para onde ir, voltei para a prefeitura para esperar a marcha. No caminho já podia ver os sinais da manifestação no cotidiano das pessoas. Uma multidão que preferia andar a ficarem presos no trânsito caótico que os agentes da BHTRANS tentavam organizar. Alguma coisa de errado estava acontecendo no cotidiano daquelas pessoas, a maioria não sabia muito bem o que, mas que alguma coisa estava acontecendo isso era certo. A maioria parecia enfurecida, preferiam ir embora nervosos a tentar descobrir o que estava acontecendo e por que.

Em frente a prefeitura a concentração de policiais militares havia aumentado, indício de que o problema estava se aproximando.

Minutos depois chega à multidão com os cartazes fora Lacerda e estacionam em frente a prefeitura. Me aproximei e comecei a observar, pensando no que fotografar. Escutei palavras pedindo explicações para o prefeito, não números e propagandas, vozes vingativas que lamentavam a perda de suas casas de maneira violenta no melhor estilo jagunço que estamos acostumados a ver apenas em novelas de época.

Já inflamado com um sentimento de justiça social continuei caminhando percebendo a recepção dada aquelas pessoas. Policiais e guardas municipais por todos os lados, nenhum funcionário da prefeitura para conversar com os insatisfeitos e dar explicações.

Acho que devia acontecer algo parecido durante o absolutismo, ou durante a época dos senhores de engenho, ou durante a ditadura. Os governantes simplesmente se escondem atrás de capangas fardados em seus castelos e espera o povo dispersar.

Com a luz do dia caindo comecei a reparar nos enfeites de natal da prefeitura, no papai Noel pronto para fugir da bagunça lá embaixo. Aquilo tudo começou a parecer um irônico conto de natal. Comecei a me afastar procurando um ângulo que lembrasse o de um cartão postal e de repente percebi que estava no meio da Afonso Pena às seis da tarde em um dia movimentado de semana.

Olhei para o cruzamento com a rua da Bahia e vi o corredor de policiais desviando o trânsito. Eu podia sentir a onda de caos emanando dali. Do outro lado os manifestantes gritando palavras de ordem contra um prefeito incompetente. E eu ali, no meio do que seria uma das avenidas mais movimentadas da cidade, transformada em um dos lugares mais tranqüilos e seguros para se estar naquele momento.